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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou uma operação militar nos enclaves separatistas da Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24), segundo a agência russa RIA. Ainda não há detalhes sobre o escopo da operação, nem se ela já começou.
A decisão vem a público algumas horas depois de a Rússia afirmar ter recebido um pedido de ajuda dos separatistas pró-Rússia para, segundo eles, combater o Exército ucraniano e "repelir a agressão das forças armadas e formações da Ucrânia", embora autoridades em Kiev digam que não houve tal agressão, e nenhuma está planejada.
Desde janeiro o governo americano vem alertando que uma invasão russa é "iminente", mas nesta semana a situação ganhou uma nova escalada após Putin reconhecer as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk como independentes.
Autoridades dos Estados Unidos, da Otan e da União Europeia disseram na terça-feira, 22, que as forças russas começaram a invadir essas regiões controladas por separatistas apoiados pelo Kremlin, que Putin disse reconhecer como independentes.
Nesta quarta-feira, mais cedo, o Parlamento ucraniano aprovou por ampla maioria o estado de emergência proposto por Zelenski, mobilizando seus reservistas de 18 a 60 anos, e Kiev anunciou que havia sido vítima de um novo ataque cibernético em massa.
Sanções
Na comunidade internacional, a União Europeia anunciou, por seu papel no reconhecimento das regiões separatistas da Ucrânia, sanções contra o ministro da Defesa e os chefes militares russos, o chefe de gabinete do Kremlin, o ministro do Desenvolvimento Econômico e a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. As sanções publicadas no Diário Oficial da UE consistem no congelamento de bens e na proibição de vistos contra os afetados.
Por sua vez, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira sanções contra a empresa encarregada de operar o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha. A medida foi anunciada após Berlim suspender o controverso gasoduto, um dia antes.
No dia anterior, os EUA já haviam tornado públicas as medidas contra os bancos e oligarcas russos, denunciando o "início de uma invasão russa" na Ucrânia. A Rússia prometeu uma resposta "forte" e "dolorosa" às sanções americanas.
As medidas permanecem modestas em comparação com as anunciadas no caso de uma invasão, e Moscou tem quase US$ 640 bilhões em reservas cambiais e US$ 183 bilhões em um fundo soberano para lidar com elas.
Refugiados
A ofensiva russa pode desencadear uma nova crise de refugiados com até 5 milhões de pessoas deslocadas, alertou a embaixadora americana na ONU em Nova York.
Kiev vem há oito anos lutando contra os separatistas no leste do país, um conflito que já deixou mais de 14 mil mortos. Muitos temem que a crise possa culminar no pior conflito na Europa desde 1945, quando terminou a 2ª Guerra.
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